Por Thais Rigo
“Uma sociedade para todas as idades possui metas para dar aos idosos a oportunidade de continuar contribuindo com a sociedade. Para trabalhar neste sentido, é necessário remover tudo que representa exclusão e discriminação contra eles.”
Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento (parágrafo 19), Madrid, 2002
O idadismo ou etarismo ou ageísmo são termos utilizados para nomear a discriminação por idade, ou seja, o preconceito contra pessoas acima de 60 anos. O nome pode ser novo e pouco conhecido, mas esta forma de discriminação, infelizmente, já é uma velha conhecida na sociedade.
Esse preconceito pode se manifestar de diferentes maneiras, com piadas, falta de respeito, humilhação, inferiorização, infantilização, exclusão, abandono e a mais grave que é a violência física, essa é muito mais comum do que imaginamos, e na grande maioria das vezes ocorre por membros da família ou pessoas próximas dos idosos.
Todas essas atitudes, levam ao grave quadro de marginalização da pessoa idosa que vemos hoje, onde o idoso é sempre colocado como inútil e descartável, pequenas atitudes contribuem com isso, como por exemplo, chamar qualquer idoso que você vê na rua de VOVÔ/ VOVÓ, a pessoa não é da sua família, você não sabe se ela gosta de ser chamada assim, e por que ela ia querer que um desconhecido a chamasse de vovô/ vovó? Isso é um ato de etarismo e de profundo desrespeito que vemos frequentemente. Coloque-se no lugar do outro: como você se sentiria nesta situação? Um dia pode ser você nela!
Com a pandemia causada pela COVID-19, estes atos de discriminação ficaram ainda mais escancarados, os idosos que deveriam ser acolhidos e protegidos acabaram se tornando alvos fáceis para atos preconceituosos, muitas vezes até cruéis com o valor de suas vidas ao utilizar frases como “Covid só mata idosos”.
A velhice é apenas uma fase da vida, embora seja temida pelos estigmas de incapacidade que ela carrega, é uma fase da vida que tem seus diferentes enfrentamentos como outras fases, a incapacidade ela não é uma questão da idade e sim das doenças, pessoas jovens podem apresentar doenças crônicas incapacitantes assim como idosos podem não apresentar nenhuma doença crônica, tudo depende de estilos de vida.
A velhice traz uma lentificação do organismo, entre outras mudanças, porém com uma rotina saudável e acompanhamento periódico de saúde é possível viver longos anos saudáveis. Cada vez mais vemos pessoas acima dos 60 anos que estão esbanjando saúde e vitalidade, assim desmistificando a velhice como algo ruim.
A grande maioria das pessoas não entende que, diferente de outras formas de preconceito, como o de raça e gênero, o etarismo está sujeito a todos os indivíduos, pois o envelhecimento é natural de todos os seres vivos, e a única forma de não envelhecer é morrer, e esta não é uma opção favorável. Então, a melhor opção que temos é aceitar e entender o envelhecimento, e respeitar os que já estão na velhice, entendendo que ser velho não é doença, muito menos ser inferior a outras faixas etárias.
Precisamos pensar que são os idosos que nos trouxeram onde estamos, com toda sua contribuição social ao longo dos anos, portanto, merecem ser respeitados, preservados e incluídos, pois todas as vidas importam e combater o etarismo é uma responsabilidade de toda a sociedade.
Receba as novidades do Blog CriAção.
Fique por dentro de tudo e crie ação para um envelhecimento de qualidade em sua vida.
Copyright Thais Rigo – 2022 Todos os direitos reservados