O mercado de trabalho está pronto pra velhice?
Por Thais Rigo
Além das questões econômicas e financeiras, o mercado de trabalho é feito por pessoas, são os trabalhadores que fazem a roda girar. Se as pessoas envelhecem, fica a pergunta, o mercado de trabalho também pode envelhecer?
A expectativa de vida está cada vez maior, as pessoas estão vivendo mais e consequentemente trabalhando mais, isso leva a aposentadorias tardias e necessidades de adequação da previdência como já presenciamos algumas vezes ao longo dos anos.
Ao mesmo tempo temos o “fenômeno da profissionalização”, ou seja, quanto mais nos desenvolvemos enquanto sociedade tecnológica, mais o mercado demanda novas profissões e profissionais com diferentes capacitações, o que leva as pessoas a estudarem e se profissionalizarem mais.
Por exemplo, antigamente a área de saúde tinha somente, médicos e enfermeiras, hoje temos diversas profissões diferentes para poder atender a totalidade do ser humano, o mesmo acontece em diferentes áreas de trabalho, consequentemente faz com que as pessoas estudem e demorem mais pra ingressar no mercado.
Se conforme envelhecemos, nossos pensamentos amadurecem, podemos dizer então que este fenômeno da profissionalização é um amadurecimento do mercado de trabalho, e estamos caminhando para um novo patamar de amadurecimento, pois os tempos de apertar parafuso já ficaram pra trás, as pessoas não querem só um trabalho, elas querem uma profissão.
Essas mudanças mostram que enquanto à alguns anos atrás as pessoas iniciavam suas carreiras de trabalho aos 14 anos e se aposentavam aos 40, hoje vemos pessoas iniciando aos 30, estas provavelmente trabalharão até os 80 anos, ou mais, mas será que isso será possível?
Na cena da imagem acima, o filme de Chaplin mostra de forma cômica um trabalhador que é levado ao limite da exaustão devido a um trabalho repetitivo, cansativo e sem condições seguras de trabalho, esta cena não cabe mais em nossa realidade, mas naquela época era muito comum.
Enquanto o tema segurança no trabalho já foi superado, caminhamos para outros temas como condições de saúde mental no trabalho, suporte a saúde física e tudo que engloba a vida do trabalhador, para que ele seja visto não só como mão de obra, mas como pessoa, um contribuinte da sociedade tanto quanto as empresas.
Quando temos uma maior quantidade de pessoas mais velhas atuando nas frentes de trabalho, os campos de trabalho demandam mudanças e a assistência à saúde também, para que esses trabalhadores possam ter melhores condições para desempenhar suas funções com excelência, já que a substituição de trabalhadores velhos por jovens será mais difícil, uma vez que a mão de obra jovem também está reduzindo e a experiência profissional tem sido cada vez mais requisitada.
Um jovem na maioria das vezes tem menos experiência do que uma pessoa mais velha, então podemos dizer que é melhor manter um bom funcionário do que trocá-lo por um que pode não ser tão qualificado.
Mas será que o mercado de trabalho e as empresas estão preparadas pra esta velhice?
Se de um lado temos empresas pedindo experiência, de outro temos pessoas 50+ precisando se recolocar em empregos, é contraditório, mas vemos vários pontos que precisam ser observados.
- As pessoas mais velhas que já estão no mercado precisando trabalhar, precisam se aperfeiçoar, conhecer novas técnicas e áreas;
- As empresas precisam criar melhores condições de trabalho para que seus funcionários envelheçam com qualidade;
- Empresas e governo precisam criar projetos de profissionalização para pessoas 50+;
- Empresas podem criar projetos de intergeracionalidade para que funcionários mais velhos treinem os mais novos.
Se olharmos esta questão mais de perto, percebemos que ela implica em vários pontos econômicos e sociais, impactando fortemente muitos setores da economia. Mas uma equipe profissional bem preparada pode encontrar muitas outras soluções, além das 4 ditas anteriormente, o que não podemos é ignorar esta questão.
O mercado de trabalho PRECISA acompanhar o envelhecimento das pessoas e as empresas e governos precisam se adequar a essa mudança do padrão etário dos trabalhadores, pois como esse processo está acontecendo de forma acelerada e não existe trabalho nem produto sem trabalhador, o mercado de trabalho e o envelhecimento precisam se unir em um caminho, pois nenhuma área funciona sem trabalhadores.
Assim como a economia não sobrevive sem dinheiro, ela também não sobrevive sem mão de obra.
E se você é uma pessoa 50+ que quer se recolocar no mercado de trabalho, vou deixar aqui um projeto muito bacana que ajuda na recolocação de pessoas 50+, que é a Plataforma Maturi, lá você encontrar varias vagas de emprego, conteúdos para empreendedorismo, palestras, eventos, e parcerias para empresas que buscam incluir pessoas 50+ entre seus funcionários, siga no instagram @soumaturi ou entre no site maturi.com.br
A velhice não é o fim, é só mais uma fase da vida, e que pode ser tão ativa quanto as outras.
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Envelhecer é um privilégio de quem vive!
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